Por Lucila Andreozzi e Raquel Serradas
Edward Gordon Craig (16 de Janeiro de1872 – 29 de Julho de 1966) filho do arquiteto Edward Godwin e atriz Ellen Terry, cresceu dentro do teatro aprendendo a interpretação de Shakespeare com Henry Irving. Em seu caminho de ator, cenógrafo e encenador preferiu peças com grandes curvas dramáticas e reviravoltas transformando-as em luz e espaço.
Em seu livro “Da Arte do Teatro” Gordon Craig escolhe começar o capitulo “O Actor e a Sur-Marionete” com uma frase de Eleonora Duse: “Para que o Teatro se salve é preciso destruí-lo; que todos actores e actrizes morram da peste... Eles tornam a Arte impossível”. Demonstrando assim a sua opinião sobre o teatro e a atuação de sua época e o tamanho da mudança necessária para a sobrevivência do teatro.
Os atores são alvo das maiores criticas de Craig. “Um ator que se entrega aos seus impulsos não pode ser mais considerado como um instrumento confiável”. A critica ao ator de sua época vai mais longe, questionando se o que este faz é arte, já que o este impregnado de emoções e não atinge a pureza do que ele considera arte.
“A teoria da supermarionete questiona a presença do ator, do corpo como matéria artística, a referencia do marionete, do boneco, não é do títere mas de figuras feitas “ á imagem de Deus”, imagens de ídolos, que não tinham necessidade de fios e manipulação para expressarem algo, é a relação com o sagrado.Sendo um corpo não humano está esvaziado de vaidades e emoções, sendo assim, livre para poder estar dentro da arte da encenação.
Os projetos e encenações de Gordon Craig trabalhavam com a idéia da Caixa preta do palco italiano transformando-o em uma caixa mágica, através da iluminação e da cenografia tornando a encenação uma obra de arte plástica, rítmica que deve ser admirada e adorada pelo seu público. E a frontalidade do palco italiano favorece essa relação.
A cenografia era o que dava o poder expressivo ao espaço tradicional da encenação, no lugar dos telões de fundo com castelos, cidades ou paisagens entraram os screens (biombos) como prolongamento da arquitetura, que era a imagem cênica em movimento.
Busca desenvolver uma técnica cenográfica com formas não-imitativas que possibilite manter a continuidade do espetáculo e permita a intervenção do diretor a qualquer momento, tais como rampas e passarelas. O palco dividido em tabuleiros que podem ser trabalhado em vários níveis e transformado com a utilização da iluminação.
A luz agora era projetada do fundo da sala e do urdimento e não mais apenas luz de ribalta possibilitando a profundidade da cena, o movimento e o jogo de contraste de sombra e luz, tornando-a uma linguagem cênica. Tanto a cenografia como a iluminação de Craig tiveram forte influência de seu contato com a xilogravura.
A considerada grande utopia de Craig, era a de que o espetáculo deveria ser em si uma obra de arte, que tudo que o formava não deveria ter importância maior ou menor, isso porque o teatro de sua época tinha como ponto central o texto. Muito influenciado por Wagner e sua obra arte total (que integra poesia, musica, pintura e arte do ator), queria ele também a grande obra de arte, mas o seu foco era na encenação e para a organização desta, surge à figura que Gordon Craig chama de régisseur pra nós o equivalente ao encenador.
Podemos afirmar que de alguma forma as proposta de Craig em grande parte foram e são realizadas, no decorrer da historia do teatro até hoje.Os corpos dos artistas criadores que não se expressa apenas com palavras, encenações em que truques de luz e cenário modificam toda a atmosfera do espetáculo e o publico que participa intelectual e as vezes ate fisicamente do espetáculo ( o que para Craig seria demais, sendo ele um encenador que presa pela ilusão), ele foi o ponto de onde germinaram mudanças significativas para o teatro.
Bibliografia
BERTHOLD, Margot. História Mundial do Teatro
CRAIG, Edward Gordon. Da Arte do Teatro
ROUBINE, Jean Jacques. A linguagem da encenação
ROUBINE, Jean Jacques. Teorias do Teatro
Em seu livro “Da Arte do Teatro” Gordon Craig escolhe começar o capitulo “O Actor e a Sur-Marionete” com uma frase de Eleonora Duse: “Para que o Teatro se salve é preciso destruí-lo; que todos actores e actrizes morram da peste... Eles tornam a Arte impossível”. Demonstrando assim a sua opinião sobre o teatro e a atuação de sua época e o tamanho da mudança necessária para a sobrevivência do teatro.
Os atores são alvo das maiores criticas de Craig. “Um ator que se entrega aos seus impulsos não pode ser mais considerado como um instrumento confiável”. A critica ao ator de sua época vai mais longe, questionando se o que este faz é arte, já que o este impregnado de emoções e não atinge a pureza do que ele considera arte.
“A teoria da supermarionete questiona a presença do ator, do corpo como matéria artística, a referencia do marionete, do boneco, não é do títere mas de figuras feitas “ á imagem de Deus”, imagens de ídolos, que não tinham necessidade de fios e manipulação para expressarem algo, é a relação com o sagrado.Sendo um corpo não humano está esvaziado de vaidades e emoções, sendo assim, livre para poder estar dentro da arte da encenação.
Os projetos e encenações de Gordon Craig trabalhavam com a idéia da Caixa preta do palco italiano transformando-o em uma caixa mágica, através da iluminação e da cenografia tornando a encenação uma obra de arte plástica, rítmica que deve ser admirada e adorada pelo seu público. E a frontalidade do palco italiano favorece essa relação.
A cenografia era o que dava o poder expressivo ao espaço tradicional da encenação, no lugar dos telões de fundo com castelos, cidades ou paisagens entraram os screens (biombos) como prolongamento da arquitetura, que era a imagem cênica em movimento.
Busca desenvolver uma técnica cenográfica com formas não-imitativas que possibilite manter a continuidade do espetáculo e permita a intervenção do diretor a qualquer momento, tais como rampas e passarelas. O palco dividido em tabuleiros que podem ser trabalhado em vários níveis e transformado com a utilização da iluminação.
A luz agora era projetada do fundo da sala e do urdimento e não mais apenas luz de ribalta possibilitando a profundidade da cena, o movimento e o jogo de contraste de sombra e luz, tornando-a uma linguagem cênica. Tanto a cenografia como a iluminação de Craig tiveram forte influência de seu contato com a xilogravura.
A considerada grande utopia de Craig, era a de que o espetáculo deveria ser em si uma obra de arte, que tudo que o formava não deveria ter importância maior ou menor, isso porque o teatro de sua época tinha como ponto central o texto. Muito influenciado por Wagner e sua obra arte total (que integra poesia, musica, pintura e arte do ator), queria ele também a grande obra de arte, mas o seu foco era na encenação e para a organização desta, surge à figura que Gordon Craig chama de régisseur pra nós o equivalente ao encenador.
Podemos afirmar que de alguma forma as proposta de Craig em grande parte foram e são realizadas, no decorrer da historia do teatro até hoje.Os corpos dos artistas criadores que não se expressa apenas com palavras, encenações em que truques de luz e cenário modificam toda a atmosfera do espetáculo e o publico que participa intelectual e as vezes ate fisicamente do espetáculo ( o que para Craig seria demais, sendo ele um encenador que presa pela ilusão), ele foi o ponto de onde germinaram mudanças significativas para o teatro.
Bibliografia
BERTHOLD, Margot. História Mundial do Teatro
CRAIG, Edward Gordon. Da Arte do Teatro
ROUBINE, Jean Jacques. A linguagem da encenação
ROUBINE, Jean Jacques. Teorias do Teatro